NOVA VESPA DE COMPETIÇÃO PK XL MOTOSCOOT RACING TEAM!

Edgar Casenave é o técnico especialista e piloto de Vespas na Motoscoot.net e foi ele quem promoveu e desenvolveu este novo projecto. A Proto Vespa é o mais recente projecto da Motoscoot.net e foi desenvolvido para a mítica competição VTR24H (Vespa The Resistance 24h) que vai ter lugar no circuíto internacional de Zuera, em Zaragoza.

Em conjunto com o Edgar, apresentamos nesta publicação as mudanças e todos os passos necessários para que este projecto se tenha tornado realidade:

Trabalhamos sobre o chassi original da Vespa PK XL tendo feito várias modificações. Foi feito um reforço central com uma barra longitudinal, para combater possíveis torções evitando flexões no chassis ao passar por curvas rápidas.

As partes dianteira e trazeira da carroçaria foram suprimidas, permitindo a montagem de um sub-chassi e um frontal de fibra.

De acordo com a regulamentação, foram instaladas na parte central (sob a barra de reforço) placas de alúminio cortadas à medida. Estas atuam como proteção em caso de choque ou acidente com outra moto.

Foram adicionados cogumelos para minimizar os danos e proteger partes mais delicadas.

Produtos utilizados nesta secção:

Montamos uma forqueta de direção de uma Piaggio Zip SP, acrescentando um suporte para pinça radial Stage6, uma pinça Voca Racing e um disco de travão Galfer, montados sobre uma bucha Polini. O conjunto foi complementado com uma suspensão com várias opções de ajuste do fabricante F.G Gubellini. Com a forqueta Zip, utiliza-se a jante original com montagem Tubeless.

Foi montada uma suspensão Malossi RS24 da Zip SP com separadores e encaixes especiais.

O depósito de gasolina da PLC Corse tem mais capacidade que o original, apesar ser colocado no mesmo espaço. Disponível com um tampão de enchimento rápido em fibra. Tal como na parte frontal, a jante é SIP Tubeless.

Produtos utilizados nesta secção:

Proveniente de uma Vespa 200 TX (corpo principal metálico), montado com canas sólidas de alúminio, que oferecem uma maior resistência no caso de uma queda. Quanto ao quadro de punhos, adicionamos uma sonda com ecrã LED EGT, que faz a leitura constante da temperatura de combustão. Selecionamos um punho de acelerador Tomasselli e uma bomba de travão dianteira Motoforce, para conseguir um toque no front-end mais do que suficiente.

Eliminados toda a instalação original, mantendo apenas os cabos para o farolim LED, a sonda EGT e o travão. O farolim traseiro é alimentado autonomamente por uma bateria independente.

Produtos utilizados nesta secção:

Nesta secção partimos de um cárter completo Quattrini C-1, no qual montamos um cilindro Pinasco Big Bore de 144cc, uma cambota Fabbri Racing artesanal contra-balançada para o pistão de d.60, um carburador Keihin 28 original e uma caixa de mudanças com secundária de qualidade original e primária 10/14/17/20 com 3ª/4ª curtas.

Quanto à embraiagem, foi montada uma Crimaz CM4, obtendo a confiança necessária para tantas horas, sendo complementada com uma cruzeta Crimaz04, indispensável para manter um bom tacto e precisão durante muito mais tempo.

A ignição foi confiada a um conjunto Vespatronic de 1kg, por simplicidade, eficácia e durabilidade.

Nas partes mecánicas é imprescindivel controlar muito bem as folgas, partes de aperto e tolerância; contudo, para conseguir um acabado perfeito, é necessário usar ferramentas específicas como extractor/extractor de pinhão/centralizadores/chaves especiais…

Produtos utilizados nesta secção:

Produtos utilizados nesta secção:

Durante o processo de soldadura e reforço do chassi são criadas novas uniões, que foram polidas e arenadas (para também poder detectar possíveis pontos de oxidação na carroçaria original, bastante comum nestas motos). Uma vez revizadas, todas as soldaduras são pintadas com tinta em pó e cozidas num forno para garantir a máxima dureza.

Um ponto critico neste tipo de provas é a escolha de pneus. Está tudo dependente do circuíto, os tempos entre as trocas, o estilo de condução do piloto, o clima… Neste caso foram montados pneus PMT, seleccionando um Slick Medium para a parte traseira e um Slick Soft para a parte dianteira.

  • Montagem do motor: 10h
  • Limpeza, sanitizar, reforçar e montar o chassi: 13h
  • Pintura: 4h
  • Adaptação das suspensões: 9h
  • Cablagem, eletricidade, telemetria: 6h

É um ponto complexo, já que existe um alto componente de sorte. Desde logo, não nos podemos esquecer dos consumíveis (pastilhas de travão, pneus…), nem dos elementos mais susceptíveis a estragos no caso de uma queda (manetes de travão/embraiagem, alavanca de arranque…). Também é importante contemplar equipamento elétrico de fácil substituição.

No nosso caso, acrescentamos componentes do motor: um cilindro, um escape, um kit de rodas e algum elemento de carroçaria.

Deve ter-se em conta que todos os pilotos são uma grande família e o mais comum é acabar por visitar diferentes boxes a perguntar se alguem pode emprestar a única peça da qual se há esquecido.

A COMPETIÇÃO

Para começar, há que salientar que disfrutamos bastante deste projeto e ficamos com vontade de repetir o processo. Apesar de ser o primeiro ano, conseguimos a 15ª posição de entre as 60 equipas em competição.

Começamos a corrida a meio da grelha de competição e pouco a pouco conseguimos ir subindo de posição. Aproximadamente na sexta hora deparamo-nos com um acidente de outro participante que não conseguimos evitar, tendo sofrido uma queda e perdido posições.

O resultado deste incidente foi a entrada nas boxes, já que a bomba perdeu a pressão e a bixa afrouxou. O guiador foi endireitado, a terra que se depositou sobre a grelha do carburador foi limpa e voltamos à competição.

Entramos apenas duas vezes nas boxes para mudar as borrachas. Os PMT medium derreteram em aproximadamente 6h e gastamos 3 pneus traseiros.

Para além disto, não precisamos de mudar um único parafuso da preparação e os materiais aguentaram na perfeição. A Vespa portou-se como uma campeã!